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13.12.2024

Elenco de Um Completo Desconhecido conversa com The Hollywood Reporter

post por: admin

Capturados pelas lentes de Paola Kudacki, Elle Fanning, Timothée Chalamet e Monica Barbaro, estrelas do elenco de Um Completo Desconhecido, cinebiografia do músico Bob Dylan, estampam a capa da nova edição da The Hollywood Reporter. O trio concedeu uma entrevista ao veículo ao lado do diretor do filme, James Mangold. Confira abaixo a tradução e adaptação da matéria:

Baseado no best-seller de Elijah Wald de 2015, Dylan Goes Electric!, o filme dramatiza os primeiros — e, sim, mais provocantes — anos do fenômeno Bob Dylan. A trama começa com a misteriosa chegada de Dylan a Manhattan em 1961, aos 19 anos; acompanha sua ascensão vertiginosa ao status de deus da música folk; e termina com um quase motim quando ele decide eletrificar seu som no tradicional Newport Folk Festival de 1965.

Ao longo da jornada, o jovem trovador se torna o objeto de afeição de várias mulheres, com destaque para Suze Rotolo, a namorada ativista que aparece com ele na capa de seu álbum de 1963, The Freewheelin’ Bob Dylan. No filme, ela é interpretada por Elle Fanning e foi levemente ficcionalizada como a personagem Sylvie Russo, a pedido de Dylan durante a elaboração do roteiro. Outra figura marcante é a consagrada artista folk Joan Baez, interpretada por Monica Barbaro (Top Gun: Maverick), de 34 anos, em um papel que promete ser um marco em sua carreira.

Os três protagonistas, acompanhados pelo diretor James Mangold — veterano no gênero, tendo dirigido a cinebiografia de Johnny Cash, Johnny & June, vencedora do Oscar em 2005 —, se reuniram com a The Hollywood Reporter em uma noite fria e chuvosa no bairro de Tribeca, em Nova York. Foi a primeira conversa em grupo sobre a empolgante e, por vezes, desafiadora jornada de recriar os intensos dias da cena folk do Greenwich Village e a chegada explosiva de um novato vindo do Meio-Oeste.

Quem é o maior fã de Bob Dylan presente nesta sala?

MONICA BARBARO: Acho que a Elle. E provavelmente o Jim.
JAMES MANGOLD: Eu não era até fazer o filme. Era fã, mas a maior fã era a Elle.
ELLE FANNING: Eu tinha pôsteres dele na parede e escrevia o nome dele na minha mão todos os dias, em parte para parecer descolada. Quando as pessoas na escola perguntavam: “Quem é esse?”, eu respondia: “Você não sabe?”. Trabalhei com o Cameron Crowe quando tinha 13 anos (Compramos um Zoológico, de 2011), e ele tocava muito Bob Dylan. Ele repetia Buckets of Rain o tempo todo. Foi aí que começou.
JAMES MANGOLD: Meu pai tocava os álbuns de grandes sucessos no VW dele. Eu adorava, mas era meio que a música do meu pai. Eu era mais Bruce Springsteen e Tom Petty. Depois, na faculdade, Infidels foi lançado, e eu ouvia sem parar. Mas não era como se eu sonhasse em fazer um filme sobre Bob Dylan. Foi essa história específica que me atraiu.

Monica e Elle, o que aprendemos sobre Bob Dylan neste filme em termos de como ele se relaciona e trata as mulheres? Ele foi bom para as mulheres?

FANNING: Suze era muito ativa politicamente na época e trouxe Bob para esse universo. Ele não tinha tanto interesse nisso antes de se conhecerem. Ela o conhecia como o garoto de Minnesota, antes do glamour, da fama e do visual exótico. Bob não era sempre gentil com ela, mas ela tolerava certas coisas dele. Eu queria honrar o que eles tinham, porque aquele primeiro amor é algo muito precioso, e acho que todos nós já vivemos isso. Ela tem uma grande sensação de poder e estabilidade.
MANGOLD: A Elle teve um papel muito difícil porque não há guitarra, sinceramente. Ela é a única pessoa “comum” nesse grupo, e ela faz você se identificar com a personagem. Ela deu à personagem muita dignidade, pois é ela quem inspira Bob, alimentando-o com ideias para músicas, guiando-o a cantar sua própria música em vez de continuar tocando velhas canções.

É verdade que você estava sendo chamado de “Bob” no set e permanecia no personagem entre as cenas?

CHALAMET: Não. Eu não diria “não” [para ser chamado de “Bob” no set], mas eu sinto que — bem, qual é a pergunta?
Deixe-me entender o seu raciocínio, em termos do que parece ter sido um compromisso obsessivo com a interpretação de Dylan?
CHALAMET: Foi o maior desafio que eu já me impus. E se tornou algo tão bíblico para mim, em termos da vida e do trabalho desse homem, que eu senti que, se minha concentração falhasse por um segundo, eu me odiaria por isso nos anos seguintes. Eu tive três meses para interpretar Bob Dylan, e o resto da minha vida não vai ser sobre isso, então por que não me dedicar totalmente?
MANGOLD: Posso dizer que esse tipo de coisa me irrita? Essa história toda de “Todo mundo tinha que te chamar de Bob?” Porque não é obsessivo. Se eu estivesse gerenciando um time de beisebol, e tivesse um arremessador e nós estivéssemos na porra da Série Mundial, eu quero que ele se concentre. Não quero ele andando pelo corredor com cem pessoas gritando “Orel!” Não, eu quero ele focado. Quero que ele pense na sua bola rápida. Quero que ele pense no seu trabalho. É isso que estamos aqui para fazer. Não estamos aqui para dar autógrafos. Não estamos aqui para entreter. Estamos aqui para fazer um porra de filme sobre um personagem e toda a pressão que vai ser colocada nos ombros daquele jovem. Qualquer nível de foco que ele peça de si mesmo, para mim, deve ser respeitado e não chamado de obsessivo. Isso é chamado de fazer o seu trabalho. Isso é só a minha opinião sobre isso.
Eu não queria ser depreciativo de forma alguma.
MANGOLD: Não, eu sei disso, mas já passamos por isso.
FANNING: Normalmente, os primeiros assistentes de direção e outros no set sempre te chamam pelo nome do personagem. Eles fazem isso porque está na folha de chamadas.
CHALAMET: Normalmente, eles te chamam pelo nome do personagem. Mas essa coisa de trabalho no personagem, estilo Método, realmente não foi assim que eu encarei. Existem coisas que você evita propositalmente, como o uso de celular ou coisas claramente contemporâneas que podem te desviar. Mas o Método não foi a minha abordagem de jeito nenhum. Eu percebi como foi engraçado quando a Elle me chamou de lado e disse: “Me disseram que tenho um ensaio com o Bob. Fiquei tão animada. Achei que o Bob Dylan ia vir, e era o Timmy.”

Fonte: The Hollywood Reporter.